quarta-feira, 12 de novembro de 2008

João e o Pé de Maconha



João era uma criança perdida no mundo. Seu pai morrera na prisão, onde passou seus últimos anos condenado por latrocínio e sua mãe, uma mera diarista, batalhava para pagar as contas e pôr comida na mesa. Moravam em uma comunidade afastada, no interior do Rio de Janeiro, onde João, sem dinheiro para realizar suas vontades de adolescente, praticava alguns delitos, como furtos e pequenos golpes. Logo passara a ser um dos novos avioezinhos da boca de fumo da região, e então, nada mais faltara em sua casa. Sua mãe, preocupada com o filho, que seguira os passos do pai, procurava sempre dar-lhe sermões e não aceitava a vida que levara, mas de nada adiantava, pois a “vida fácil” fazia com que o garoto ficasse cada vez mais iludido com o dinheiro que entrava rapidamente com seu novo trabalho.

Dois anos se passaram e após ser detido pela polícia local, João foi brutalmente torturado pelos policiais, que exigiam informações sobre o tráfico de drogas da região. O garoto, temendo sua vida, não abriu a boca, foi libertado e decidiu sair da criminalidade e ganhar seu dinheiro honestamente. Voltando então à pobreza, João conseguiu um estágio no programa “Jovem Cidadão”, mas não ganhava o suficiente para sustentar a casa, pois sua mãe sofria de tuberculose e não podia mais trabalhar. Vivendo na miséria, ele e sua progenitora passaram momentos de desespero, sem ter o que comer, quando João decidiu vender uma vaca que havia comprado na época que trabalhava de aviaozinho. Na ocasião, ele pretendia fazer um grande churrasco, mas o fato ocorreu paralelamente à sua detenção e a vaca já estava à beira da morte, de tão magra.

João foi ao açougue do Tião para vender Mimosa e no caminho encontrou um mendigo desdentado que, de tão bom de lábia que era, conseguiu convencer o garoto a trocar sua vaca por três sementes mágicas. Quando chegou em casa, João contou à sua mãe sobre seu negócio e ela, mesmo doente, deu-lhe um tabefe na cara, e após ofendê-lo, mandando enfiar as sementes em suas entranhas, tomou-as de suas mãos e arremessou-as pela janela. João, muito triste com o ocorrido, passou a noite embebedando-se com uma cachaça até dormir. De manhã, acordou para beber água, devido sua ressaca e quando passara pela janela, deparou-se com um fato inimaginável: onde sua mãe jogara as sementes, nascera um gigante pé de maconha. Ele foi até o quintal ver de perto aquela gigante árvore, que desaparecia por entre as nuvens. Pensou em subir para ver até onde chegava, mas antes colheu algumas folhas para fumar um baseado. Após um tapinha, trepou naquele imenso pé de cannabis, onde parecia que não tinha fim e algumas horas depois, conseguiu chegar ao topo.

Acima das nuvens, havia um imenso castelo e João não pensou duas vezes em entrar para ver o que tinha dentro. Tudo era grande por dentro também e enquanto vasculhava o local, ouviu passos e tratou de esconder-se em um canto. Eis que aparece o Gigante do Olho Vermelho, com dreads no cabelo e uma camiseta do Bob Marley. O gigante sentou-se no sofá e ordenou que sua galinha colocasse ovos e sua guitarra mágica tocasse. Logo a galinha começou a botar ovos de ouro e a guitarra a tocar reggae. João ficou estupefato com aquilo e, sem poder sair do seu esconderijo, decidiu acender um beck para passar o tempo. O gigante sentiu o cheiro sentiu que havia alguém por perto. O garoto, assustado com a hipótese de ser encontrado, esperou que o gigante distrair-se para fugir. Pegou a galinha e a guitarra mágica e correu para fora do castelo. O gigante viu João e quando correu atrás, caiu, de tão drogado que estava.

João conseguiu voltar ao pé de maconha, desceu rapidamente e com um machado, derrubou a árvore, para que o gigante não pudesse vir ao seu encontro. Sua mãe ficou muito feliz depois que ouviu a história do filho e, com alguns ovos de ouro saiu para pagar o aluguel, cartão de crédito, os carnês das Casas Bahia e C&A e comprar comida.

Parecia que todos os problemas estavam resolvidos, porém, quando a mãe de João voltou, deparou-se com uma cena deplorável: o garoto, depois de fumar tanta erva, fez uma canja com a galinha, pois estava em uma imensa larica. Com raiva de João, ela espancou-lhe até cansar, batendo nele com tudo que encontrara, inclusive com a guitarra mágica, que quebrou e após isso não tocou nem sequer um acorde.

Estava tudo acabado novamente para a pequena família. Não havia mais ovos de ouro, já que a galinha fora comida por João e nem a guitarra, que quebrara no espancamento do menino. A vida miserável estava novamente escrita para o futuro de João e sua mãe, mas como o garoto era muito esperto, conseguiu ter uma grande idéia para inverter a situação. Com toda a maconha da gigante árvore que derrubara, João começou seu novo negócio: abriu sua própria boca de fumo e conforme ganhava dinheiro, entrou em novos negócios, como a cocaína e o crack. Comprou armas, recrutou muitas pessoas para trabalhar em seu negócio, nomeou o mendigo que deu-lhe as sementes a chefe de sua quadrilha e acabou com toda a concorrência da região.

João conseguiu sair da pobreza e hoje é um respeitado traficante de drogas, um dos mais renomeados do Rio de Janeiro. Uma pessoa que lutou muito para conseguir ganhar seu dinheiro honestamente. Tudo isso graças ao seu pé de maconha.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ciclo vicioso



Fernando, Renato e André conheceram-se no ginásio. Cresceram juntos e a amizade continuou após a escola. Após formarem suas vidas, criaram uma espécie de clube, onde reuniam-se todo primeiro sábado de cada mês, no apartamento de Renato, para beber e jogar conversa fora.

Passam-se os anos e a rotina continuara a mesma, com muita bebedeira e risadas em seus encontros mensais, porém, em uma noite que previa-se ser como as anteriores, um acontecimento imprevisível mudou a vida dos três amigos.

Após várias doses de vodka e alguns baseados, André e Renato decidem ir ao bar comprar cigarros. Fernando mal conseguia levantar-se de sua poltrona, devido a bebida e a maconha, então não pôde acompanhar seus amigos.

Cerca de vinte minutos depois, André e Renato, bêbados, sobem as escadas do prédio, abastecidos de cerveja e fumo. Renato, com muita dificuldade consegue encaixar a chave na fechadura da porta. Lentamente dá duas voltas à esquerda, para na sequência girar a maçaneta. O silêncio é interrompido pelo rangido da porta sendo aberta. Novamente o silêncio toma conta do ambiente, com os dois amigos estagnados na entrada do apartamento, deparando-se com a chocante cena que encontraram: Fernando, estirado na poltrona, na mesma posição que encontrava-se quando saíram, mas, incompreensivelmente, estava velho, com cerca de cinquenta anos a mais. Antes de André e Renato tomarem uma atitude, o silêncio novamente fora interrompido, mas agora pelas palavras de Fernando: "Não se assustem". Os dois aproximaram-se cautelosamente do velho e viram sua mão trêmula relaxar e então seu amigo caiu no sono eterno, sem poder dar nenhuma explicação sobre o ocorrido.

Alguns anos e muitas sessões de psicanálise não fizeram André e Renato esquecer do acontecimento com seu amigo, mas ajudaram a pelo menos conviver com isso. Depois de um certo tempo, resolveram retornar com suas reuniões mensais e, sem nada combinarem, não tocaram no assunto por cinquenta anos, quando, na mesma sala em que tudo ocorrera, decidem retomar o fato e reviver cada instante do que viram a meia década atrás. Fizeram uma reconstituição daquele dia e desceram por exatos vinte minutos. Não foram ao bar, pois o mesmo não existia a quinze anos, mas deram algumas voltas pelo bairro. Subiram as escadas lentamente e Renato, trêmulo, abriu a porta. A visão que tiveram era tão chocante quanto a do passado, porém, parecia que já esperavam por isso: Fernando, estirado na velha poltrona, bêbado como a cinquenta anos, porém, jovem. Quando ele viu os dois velhos, instantaneamente ficou são e levantou-se assustado. Antes dele falar algo, André repetiu as palavras do amigo: "Não se assuste" e sentou-se ao sofá. Renato repetiu o movimento do amigo e, após acomodar-se, falou: "Um dia você entenderá". Foram as últimas palavras deles, que morreram simultaneamente, sem esboçar dor ou sofrimento.

Fernando reviu os amigos. Cinquenta anos depois.

sábado, 21 de junho de 2008

O Andarilho


Malas prontas para a grande viagem. Caminharei pela estrada procurando a Felicidade. Prometo parar quando encontrá-la e alojarei-me eternamente no local onde ela estiver.

É dia ainda. O Sol atinge minha cabeça, fritando meus pensamentos ainda lúcidos, esquentando ainda mais minha angústia em encontrar meu objetivo. Um cantil de paciência ajuda a minimizar a quentura da árdua jornada que terei pela frente.

Passam-se alguns dias e sem parar por instante algum, a visão trêmula do horizonte continua a palpitar perante meu globo ocular. É a visão do desconhecido, do nada, do suspense, da ausência. Diante da contínua cena, os olhos pedem trégua e faço a primeira parada. Não deveria, pois nunca pode-se perder tempo quando pretende-se ir de encontro com a Felicidade.

Após o descanso, sigo adiante. As visões mudam, porque acostumei com o cenário. O desconhecido tornou-se conhecido, o nada transformou-se em tudo, o suspense virou rotina e a ausência alterou-se para comparência e agora caminhara ao meu lado. Essas mudanças são pistas sobre o paradeiro da Felicidade, que não deve situar-se muito longe dali.

Ao longo da estrada, vejo algo distante. Aproximo-me rapidamente e encontro uma bifurcação. O sentimento de dúvida pairou no ar. Para onde seguir? À esquerda, uma trilha com flores e pássaros por todos os lados. À direita, uma estrada de terra, onde via-se o pôr do Sol ao fundo. Com muitas dúvidas, resolvi seguir o Sol.

O cansaço voltara, mas decidi não parar mais até encontrar a Felicidade. Caminhei por diversos dias e veio o fatídico acontecimento: O final da estrada que escolhera, era meu ponto de partida. Exatamente de onde comecei a andar em busca da Felicidade, cheguei. Viajei por diversos dias e noites, em vão. Prontamente, ergui a cabeça e voltei pela estrada até chegar novamente à bifurcação.

Já sabia que o caminho do Sol não era o da Felicidade. Só restara a trilha das flores e pássaros. Passei novamente dias e noites andando. Esse caminho parecia ser infinito, mas não desanimei, pois sabia que no final viria a recompensa.

Ao fim da viagem, novamente a decepção: o fim da trilha também era exatamente o lugar de onde eu partira. Como pode os dois caminhos resultarem em um único local, sendo ele o mesmo de onde eu saí?

Cabisbaixo, resolvi desistir de meu objetivo, mas quando levantei a cabeça, tive a surpresa mais inimaginável de minha vida. Vi a Felicidade, justamente onde comecei minha jornada. Perguntei à ela o que fazia naquele lugar, onde passei todos meus momentos sem sua companhia, e por que quando fui ao seu encontro, ela decidiu acomodar-se lá. A Felicidade foi simples em sua resposta. Me disse que sempre esteve e nunca saíra daquele local, e eu nunca dei-me a chance de enxergá-la anteriormente.

Entrei em minha casa contente, pois tinha achado o que queria, porém, estava pensativo e não decifrara o que acabara de acontecer. A resposta para tudo surgiu rápido. Quando olhei no espelho, não me vi. O que refletia era a Felicidade. Entendi que ela não estava apenas ao meu lado, ela estava dentro de mim. Estando dentro de mim, poderia transformar qualquer lugar, qualquer objeto, qualquer sentimento, qualquer pessoa, na Felicidade, e foi isso que eu fiz.

Com minha longa viagem, aprendi que não acha-se o que não existe, mesmo procurando pela vida toda, em todos os lugares. Para encontrar, basta ver o que deseja, dessa forma, o desejo passa a existir.

domingo, 15 de junho de 2008

Embriaguez de sono


Duas horas da manhã. Completam-se cerca de quarenta e uma horas acordado. Olhos vermelhos e estagnados. O corpo não acompanha mais a agilidade contínua do cérebro. O despertador, oriundo de um camelô, ordena que a cada "tic", além de decretar um segundo passado, também diminua a ligeireza dos reflexos. Dois dias seguidos trabalhando, estudando, namorando, falando, escutando, pensando. O inconsciente pede desesperadamente a cama quente e o consciente quer mais alguns momentos de lucidez para transformar em palavras as idéias que persistem na mente.

A visão, em câmera lenta, parece que não acompanhará o raciocínio, porém os dedos digitam tão rapidamente as mensagens enviadas pelo cérebro, que multiplica constantemente as informações mandadas para o computador. Enquanto a transcrição é feita, pensamentos diversos ocorrem, fugindo totalmente da idéia do texto, mas os dedos continuam a digitar coerentemente o que foi-lhe pedido anteriormente, como se fosse um subordinado fazendo o que o patrão manda-lhe.

A cada piscar d’olhos, a cada bocejo, milhares de viagens são feitas paralelamente e começa a fluir o intelecto, trazendo a cada letra uma tensão sobre o resultado final. O sono faz com que a reflexão seja diferente, como se estivesse hipnotizado ou dopado e diferentemente de uma situação normal, tudo tem um sentido dissemelhante.

Nos momentos finais, surge uma sensação vaga, como se não quisesse sair daquela transe e se o corpo permitisse, não pararia mais de transladar a criatividade que fora dada naquele momento de embriaguez de sono. Mas como tudo possui um fim, chegara o momento de botar um ponto final e apenas apreciar posteriormente os relatos que foram criados.

Três horas da manhã. Completam-se cerca de quarenta e duas horas acordado. A petição de rendimento que o corpo pedira, será atendida pela mente. Com o sentimento de dever cumprido, o consciente ordena o tão aguardado repouso.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Verão de 2008



Foi no verão de 2008 que vi as flores desabrocharem como na primavera, senti a brisa seca do outono, procurei me esquentar como no inverno e me refresquei de todas as maneiras possíveis e impossíveis, pois era verão.

Foi no verão de 2008 que descobri que a complexidade da vida não é nada complexa, porque é necessário somente amar para viver. Quando tentei apreciar outros sentimentos e experiências antes do amor, não tive sucesso, pois pensava que para conseguir qualquer coisa bastava existir, mas o que não havia compreendido era que para existir, é necessário amar.

Foi no verão de 2008 que todos os sinos badalaram em minha humilde mente e simultaneamente meus 5 sentidos se aguçaram e comecei a ver as pessoas e o mundo de uma forma diferente, de uma maneira em que as cores se afloraram, objetos inanimados ganharam vida e eu passei a perceber com mais frequência o sorriso dos outros.

Foi no verão de 2008 que aprendi a lidar com os erros, simplesmente errando e transformando isso em lição para o dia de amanhã. Comecei a planejar não só para um futuro recente, mas para todo o restante da vida, eliminando as desagradáveis surpresas que viriam em consequência de falhas.

Foi no verão de 2008 que conheci uma mulher que me deixou maravilhado, admirado, estupefato. Ela me fez um grande favor: me mostrou a beleza da vida e me obrigou a lutar por meus ideais, minhas promessas, meus objetivos. Ela me causou um grande furor, trazendo à mim uma antiga incógnita: a felicidade verdadeira.

Foi no verão de 2008 que tudo começou a fazer sentido, minha mente se abriu de uma forma inesperada, percebi que o sucesso viria naturalmente, que todos que me querem bem mereciam uma atenção especial e percebi também que eu não poderia ter vivido isso antes, porque tudo só aconteceu pela influência do destino, que me fez passar por diversas provas antes dessa percepção.

Foi no verão de 2008 que o verão chegou ao fim. Terminou fisicamente, pois eternamente vou viver nessa época, onde encontrei a pessoa que me abriu os olhos para o amor, cuidou de mim, me fez sorrir. Essa fase da minha vida só foi tão significante por causa desse detalhe, desse amor que apareceu e não saiu mais.

Foi no verão de 2008 que o destino trouxe a mulher da minha vida, minha alma gêmea, e ao lado dela passarei todos os verões que ainda me restam. O inverno agora é uma estação extinta em meu mundo.


11/06/08 - 04:26

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O sonho



Um dia, um pequeno garoto sonhou. Sonhou que cresceria e que seria feliz. Ele sonhou com uma casa, com um jardim, com uma esposa e com sorrisos nos lábios de todos em sua volta. O menino entristeceu-se sem motivo algum, sem saber o porquê sentia aquele frio na barriga. Ele sabia que seu sonho tornaria-se realidade um dia. Ele sabia que previa um futuro brilhante e que a tristeza que sentia naquele momento era a descoberta da vida que almejava. Na verdade não era tristeza, era a sensação do desconhecido, a dúvida do amanhã e a incerteza de seus pensamentos. O garoto sentia saudade de algo que não sabia o que era, que nunca tinha visto e mal imaginava como poderia ser. No meio dessa experiência, uma lágrima escorreu pelo seu rosto e confirmou-se o inesperado em sua vida: ele havia planejado, em um sonho acordado, todo seu futuro. Sem comentar com ninguém a visão de seu destino, o menino seguiu sua vida normalmente, como qualquer criança. Brincou, deu risadas, zangou-se, agiu como se nada acontecera. Por fora nada mudou, mas por dentro ele convivia já com o homem que seria no futuro, buscando em cada pista que a vida lhe dava, encontrar o começo de seu sonho, para que pudesse dar sequência ao filme que rodara em sua mente noutro dia.

Repentinamente, o garoto cresceu. Quando olhou-se no espelho, viu um homem.
Nesse momento veio em seus pensamentos aquele velho sonho que teve quando criança e andava esquecido em sua memória. Perguntou a si o motivo de não fazer jus a tudo que sonhara e não ter ido atrás de seus ideais, que cultivava quando criança, e mesmo sem tal responsabilidade na infância, preocupava-se tanto para que tudo se concretizasse. Nesse momento uma retrospectiva passou em sua cabeça e fez lembrar-lhe que seu sonho tinha um começo, um meio e um fim, sendo assim, não podia acordar no futuro e num um piscar d’olhos estar dentro de sua casa com sua esposa e seu jardim no quintal, com todos sorrindo ao seu redor. Indiretamente ele construira lentamente seu sonho, passo a passo, sem esforço algum e sem se preocupar em subir mais degraus que sua perna pudesse resistir.Novamente acabou esquecendo dessa história e continuou a viver sua vida normalmente, como antes. Após um período sem novidades em sua vida, conheceu uma mulher, pela qual se apaixonou loucamente e quando olhou no espelho viu que, sem querer, planejou o restante de sua vida com ela. Essa mulher não era apenas uma mulher, era uma menina-mulher. Ela teve o mesmo sonho dele quando criança e vira que também, sem esforços, estava começando a tornar eles realidade.

A
união dos sonhos do garoto e da garota fizeram com que eles se tornassem apenas um. Um sonho que estava apenas começando e que transformaria a visão do então menino em uma pura realidade.

P
ela última vez que lembrou do fato ocorrido em sua infância, dos sentimentos desconhecidos e das lágrimas inesperadas, sentiu tudo novamente, porém nada era desconhecido mais. Lágrimas derramaram novamente, fazendo sentido e ele sabendo o motivo delas. Nesse dia, o menino-homem tornou-se a pessoa mais feliz do mundo, pois sabia que nada em sua vida havia sido em vão, que tudo que sonhara fazia sentido, que todos seus objetivos estavam sendo alcançados. Desde então ele não precisou, nunca mais, recordar-se desses fatos. Não houve necessidade dele refletir sobre seu futuro, porque seu sonho agora tornara-se real.

09/06/08 – 11:50

Perfeição



Tudo que eu quero é o equilíbrio,
tudo que eu quero é o amor.
O equilíbrio para sustentar o amor,
o amor conseguir o equilíbrio.

Quero viver num mundo de fantasias,
num mundo que o a felicidade seja constante.
Quero contemplar cada amanhecer,
aproveitar intensamente, até o entardecer.
Mas será que a perfeição existe?
ou é o sonho inalcansável de cada um?
O que é a perfeição?
É sentir-se satisfeito com o as conquistas?
ou é fazer de cada momento, um momento único?
Perfeição é realizar o sonho de infância?
Perfeição é conquistar a quem ama?
Perfeição é viver sem correr riscos?

Cada pessoa vê a perfeição de uma maneira.

Perfeição para mim é ser feliz,
mesmo sem ter tudo que queira.
Perfeição é amar e ser amado,
é ver as coisas positivamente.
Uma família unida,
amigos sinceros, mesmo que sejam poucos
e um amor para lhe acompanhar pela estrada da vida.
Isso é perfeição.
Isso é felicidade.

O resto, é resto.
29/10/07 - 03:05